Há tempos atrás, quando eu era um adolescente cristão fundamentalista, minha antiga igreja recebeu a presença do conhecido físico criacionista Adauto Lourenço. Durante um final de semana inteiro, toda comunidade foi submetida a uma verdadeira lavagem cerebral pseudo-científica. Agora, com muita vergonha no coração, vou confessar uma coisa para vocês; eu acreditei nas bravatas do cara! Para quem não entende absolutamente nada de ciência, o discurso de Adauto convence! O cidadão tem uma oratória boa, usa e abusa de filmes, slides e coisas do gênero. É um verdadeiro apresentador com tremenda facilidade para se comunicar com auditórios grandes. Com o passar do tempo tomei um pouco de vergonha na cara, decidi ler um pouquinho mais sobre ciências naturais e vi como o suposto “criacionismo científico” é absolutamente tosco!
Para Adauto Lourenço, a teoria evolucionista de Darwin é uma grande mentira. A Bíblia Sagrada, segundo sua concepção, ganha status de livro científico, devendo ser interpretada de forma literal. Os primeiros capítulos do livro de Gênesis adquiriram uma autoridade biológica, sendo que tudo que surgiu na face da terra deve estar de acordo com o registro bíblico. Era até engraçado ver Adauto caçando versículos bíblicos para corroborar suas teorias “científicas”.
No decorrer do curso, o físico brasileiro, formado na fundamentalista Universidade Bob Jones, no Tio Sam, fez um ataque contundente ao darwinismo. Para ele, a teoria de Darwin era uma porta para o ateísmo. Segundo seu pensamento, é impossível ser cristão e aceitar a explicação darwiniana da evolução por seleção natural. Fechando de forma patética o evento, desferiu violentos golpes ao ateísmo como ideologia de vida e, também, aos próprios céticos como pessoas. Neste momento, usando um argumento surrado e desmentido pela própria história, alegou que uma pessoa atéia é, obrigatoriamente, má e amoral.
Pois bem, depois deste homérico e bestial congresso, muita coisa se passou em minha vida. Abandonei a igreja, tornei-me agnóstico militante e, no final de tudo, retornei ao bom e velho cristianismo.
Como escrevi em uma coluna publicada no excelente site Amálgama, editado com brilhantismo pelo meu amigo ateu Daniel Lopes, este tempo de ceticismo foi fundamental para meu atual estágio de fé cristã. Aprendi a ser crítico.
Agora, quase bacharel em teologia, escuto, ou melhor, leio, a mesma ladainha proferida anos atrás por Lourenço através de uma grande eminência científica; Sir Richard Dawkins !
Um rápido passeio pelo livro “Deus, um delírio” pode demonstrar isto de forma clara. Para Dawkins, o evolucionismo é mais do que uma teoria científica, é uma verdadeira filosofia de vida que só pode levar ao ateísmo. Um cristão seja ele leigo ou cientista, que aceita os pressupostos darwinistas está, na melhor das hipóteses, cometendo um ato de suicídio intelectual. Porém, na maioria das vezes, segundo o eminente cientista britânico, se trata de um baita mentiroso! Que coincidência, não? Este pensamento é muito parecido com o de Adauto Lourenço!
Mas as semelhanças entre ambos não param. Em vários escritos e palestras, Dawkins cola o que há de pior na religiosidade humana na testa de todos os crentes. Para ele, todo crente é um potencial alienado, ignorante, um perigo para a nossa super civilizada e pacífica sociedade secular. Uma pessoa verdadeiramente inteligente jamais poderá ter fé, pois a mesma é um vírus maligno responsável por todos os males. Assim, um individuo com o mínimo de massa encefálica que professa qualquer crença religiosa é grande hipócrita e mentiroso.
Voltando a comparação com o pensamento de Adauto Lourenço, vejam a semelhança com aquela premissa de que o sujeito ateu é mau simplesmente pelo fato de ser o que é.
Perdoem-me os fãs de Adauto Lourenço. Perdoem-me os fãs de Richard Dawkins. Mas considero ambos duas faces da mesma moeda, a moeda do fundamentalismo e da generalização.
Para finalizar, gostaria de apresentar uma rápida declaração do físico estadunidense William D. Phillips, ganhador do prêmio Nobel em 1997. Este grande cientista, cristão praticante, além de explicitar claramente sua fé, demonstra um verdadeiro respeito para com aqueles que não crêem. Que seu exemplo seja seguido por crentes e incrédulos.
Eu vejo um universo ordenado e belo no qual todos os fenômenos físicos podem ser entendidos a partir de algumas poucas equações matemáticas simples. Eu vejo um universo que se tivesse sido feito de modo ligeiramente diferente, não poderia ter estrelas e planetas, sem falar em bactérias e seres humanos. E não há razão científica para demonstrar que o universo não poderia ser diferente. Muitos bons cientistas concluíram, a partir destas observações, que um Deus inteligente deve ter querido criar um universo com propriedades tão belas, simples e permitindo a existência da vida. Muitos outros bons cientistas são ateus. As duas atitudes são atitudes de crença. Eu acho que os argumentos a favor da existência de Deus são sugestivos, mas não conclusivos. Eu acredito em Deus porque posso sentir a presença de Deus em minha vida, porque posso ver a evidência da bondade de Deus no mundo, porque acredito no Amor e acredito que Deus é Amor. Esta fé me faz um melhor cientista ? Dificilmente. Eu conheço muitos ateus que são melhores cientistas e melhores pessoas do que eu. Eu não acho que esta fé me faz melhor do que eu seria se não tivesse fé. Estou livre das dúvidas em relação à fé? Dificilmente. Perguntas a respeito do mal do mundo, do sofrimento de crianças inocentes, a variedade de pensamentos religiosos... Apesar disso, eu creio, mais por causa da ciência do que apesar dela, mas em última analise eu creio simplesmente porque creio. Como diz o autor da carta aos Hebreus, a “fé é a substância daquilo que esperamos, a prova do que não vemos”.
PS : Aos admiradores de Dawkins : Em nenhum momento estou comparando a importância de Richard Dawkins como cientista com a de Adauto Lourenço. Obviamente, o britânico é um cientista gabaritado, já Lourenço, nada produziu de útil para o pensamento científico. Minha comparação reside na postura instransigente e dicotômica de ambos.
ANDRÉ TADEU DE OLIVEIRA
Para Adauto Lourenço, a teoria evolucionista de Darwin é uma grande mentira. A Bíblia Sagrada, segundo sua concepção, ganha status de livro científico, devendo ser interpretada de forma literal. Os primeiros capítulos do livro de Gênesis adquiriram uma autoridade biológica, sendo que tudo que surgiu na face da terra deve estar de acordo com o registro bíblico. Era até engraçado ver Adauto caçando versículos bíblicos para corroborar suas teorias “científicas”.
No decorrer do curso, o físico brasileiro, formado na fundamentalista Universidade Bob Jones, no Tio Sam, fez um ataque contundente ao darwinismo. Para ele, a teoria de Darwin era uma porta para o ateísmo. Segundo seu pensamento, é impossível ser cristão e aceitar a explicação darwiniana da evolução por seleção natural. Fechando de forma patética o evento, desferiu violentos golpes ao ateísmo como ideologia de vida e, também, aos próprios céticos como pessoas. Neste momento, usando um argumento surrado e desmentido pela própria história, alegou que uma pessoa atéia é, obrigatoriamente, má e amoral.
Pois bem, depois deste homérico e bestial congresso, muita coisa se passou em minha vida. Abandonei a igreja, tornei-me agnóstico militante e, no final de tudo, retornei ao bom e velho cristianismo.
Como escrevi em uma coluna publicada no excelente site Amálgama, editado com brilhantismo pelo meu amigo ateu Daniel Lopes, este tempo de ceticismo foi fundamental para meu atual estágio de fé cristã. Aprendi a ser crítico.
Agora, quase bacharel em teologia, escuto, ou melhor, leio, a mesma ladainha proferida anos atrás por Lourenço através de uma grande eminência científica; Sir Richard Dawkins !
Um rápido passeio pelo livro “Deus, um delírio” pode demonstrar isto de forma clara. Para Dawkins, o evolucionismo é mais do que uma teoria científica, é uma verdadeira filosofia de vida que só pode levar ao ateísmo. Um cristão seja ele leigo ou cientista, que aceita os pressupostos darwinistas está, na melhor das hipóteses, cometendo um ato de suicídio intelectual. Porém, na maioria das vezes, segundo o eminente cientista britânico, se trata de um baita mentiroso! Que coincidência, não? Este pensamento é muito parecido com o de Adauto Lourenço!
Mas as semelhanças entre ambos não param. Em vários escritos e palestras, Dawkins cola o que há de pior na religiosidade humana na testa de todos os crentes. Para ele, todo crente é um potencial alienado, ignorante, um perigo para a nossa super civilizada e pacífica sociedade secular. Uma pessoa verdadeiramente inteligente jamais poderá ter fé, pois a mesma é um vírus maligno responsável por todos os males. Assim, um individuo com o mínimo de massa encefálica que professa qualquer crença religiosa é grande hipócrita e mentiroso.
Voltando a comparação com o pensamento de Adauto Lourenço, vejam a semelhança com aquela premissa de que o sujeito ateu é mau simplesmente pelo fato de ser o que é.
Perdoem-me os fãs de Adauto Lourenço. Perdoem-me os fãs de Richard Dawkins. Mas considero ambos duas faces da mesma moeda, a moeda do fundamentalismo e da generalização.
Para finalizar, gostaria de apresentar uma rápida declaração do físico estadunidense William D. Phillips, ganhador do prêmio Nobel em 1997. Este grande cientista, cristão praticante, além de explicitar claramente sua fé, demonstra um verdadeiro respeito para com aqueles que não crêem. Que seu exemplo seja seguido por crentes e incrédulos.
Eu vejo um universo ordenado e belo no qual todos os fenômenos físicos podem ser entendidos a partir de algumas poucas equações matemáticas simples. Eu vejo um universo que se tivesse sido feito de modo ligeiramente diferente, não poderia ter estrelas e planetas, sem falar em bactérias e seres humanos. E não há razão científica para demonstrar que o universo não poderia ser diferente. Muitos bons cientistas concluíram, a partir destas observações, que um Deus inteligente deve ter querido criar um universo com propriedades tão belas, simples e permitindo a existência da vida. Muitos outros bons cientistas são ateus. As duas atitudes são atitudes de crença. Eu acho que os argumentos a favor da existência de Deus são sugestivos, mas não conclusivos. Eu acredito em Deus porque posso sentir a presença de Deus em minha vida, porque posso ver a evidência da bondade de Deus no mundo, porque acredito no Amor e acredito que Deus é Amor. Esta fé me faz um melhor cientista ? Dificilmente. Eu conheço muitos ateus que são melhores cientistas e melhores pessoas do que eu. Eu não acho que esta fé me faz melhor do que eu seria se não tivesse fé. Estou livre das dúvidas em relação à fé? Dificilmente. Perguntas a respeito do mal do mundo, do sofrimento de crianças inocentes, a variedade de pensamentos religiosos... Apesar disso, eu creio, mais por causa da ciência do que apesar dela, mas em última analise eu creio simplesmente porque creio. Como diz o autor da carta aos Hebreus, a “fé é a substância daquilo que esperamos, a prova do que não vemos”.
PS : Aos admiradores de Dawkins : Em nenhum momento estou comparando a importância de Richard Dawkins como cientista com a de Adauto Lourenço. Obviamente, o britânico é um cientista gabaritado, já Lourenço, nada produziu de útil para o pensamento científico. Minha comparação reside na postura instransigente e dicotômica de ambos.
ANDRÉ TADEU DE OLIVEIRA
Tenho pra mim que ambos levantam o estandarte do fundamentalismo... Dawkins talvez seja considerado como uma das piores expressão do ateísmo, pois o mesmo prega um ateísmo de auto-ajuda, ou seja, para aqueles que estão inseguros... sem comentar que não tem nada de científico. O verdadeiro atéismo é aquele que questiona a razão e não a religião, pois esta ultima é um exercício para os iniciantes...
ResponderExcluirolá amigo, discordo totalmente com vc, quando compara dawkins a lorenço em atitudes de alienar as pessoas, não os vejo como face da mesma moeda como vc concluiu ai, pois o ateísmo nao é um dogma como a religiao, e sim uma filosofia de vida que busca o melhor para as pessoas, o direito de ser igual, etc. nao ha hegemonia nenhuma e sim a libertação dessa escravidão que é a religião.
Excluirta certo, agora porq vc e outros ateus leigos falam q religião é escravidão vamos todos esquecer de um Criador e do "milagre da vida" pra acreditar q tudo veio do acaso e q inexplicavelmente antes do big bang algo foi gerado também pelo acaso... isso sim é atestado de ser otário rs
Excluirsabe, eu concordo com vc. acho que dawkins super acha que o darwinismo é uma especie de Chave quase magica: explica tudo. eu considero o darwinismo algo parecido mas não tão extremo: um guindaste teórico. expressão que o proprio biologo usa mas q tende a exagerar.
ResponderExcluirapesar disso, não acho que ele seja tão hostil aos crentes. pessoalmente, eu digo.
em Deus um delirio, o autor elogia muito um fulano padre ou abade que é amigo dele das antigas, no começa do livro. em o Relojoeiro Cego , dawkins começa todo o racicionio a partir do pensamento de um religioso. e de forma não perjorativa, muito pelo contrario. pra mim, claro.
Olá Rayssa.
ResponderExcluirÓtimas ponderações. Porém, permita-me discordar da amiga no que diz respeito ao suposto respeito de Dawkins para com os religiosos. Acredito que estes elogios são meramente pessoais, do tipo ;" - Ah, fulano é meu amigo, gente boa, por isso não vou detoná-lo". Na hora dos comentários gerais, vejo um grande preconceito por parte do zoólogo inglês.
Agora, para apimentar o debate, permita-me uma questão; será que era intenção de Darwin formular uma teoria responsável por explicar todos os aspectos da existência ?
Forte Abraço
não acho que essa era a intenção do darwin. mas ele foi muito influenciado pela geologia, mais especificamente pela "historia da terra". a teoria da evolução das especies nasce desse interesse dele por entender como ocorre as diferenciações. a questão é que a Seleção Natural explica e é explicada pela geologia/biologia juntas. por isso é chamada "guindaste teorico": pois explica muita coisa ao mesmo tempo.
ResponderExcluirse explica tudo? não sei. a galere de outras areas tenta ver isso. como o proprio dawkins ao transpor a ideia de replicadores pra a comunicação: são os memes. :)
Por dois minutos, fiquei em dúvida pensando que vc. também estaria enganado acerca desse senhor, o físico brasileiro criacionista - que tem "feito a cabeça" de tanta gente, especialmente de incautos na igreja evangélica brasileira (presbiteriana e outras), minhas dúvidas dissiparam-se à medida que li a matéria a respeito. Certamente é de seu conhecimento do que "rola" na rede acerca desse senhor, não apenas da incompetêcia acadêmica (uma vez que não é biólogo e muito menos teólogo e o que ele afirma nestas duas áreas de conhecimento são disparates inomináveis) como também dos problemas relativos aos títulos que utiliza ou utilizava como estratégia de marketing.
ResponderExcluirTodavia, e aqui vai a minha crítica, tratá-lo em pé de igualdade com o cientista inglês é no mínimo uma imprudência: o fundamentalismo dele não está no mesmo nível do de Dawkins; este veio do mundo da ciência e por questõe s outras saiu dele para conquistar o mundo editorial, e de fato conquistou, em detrimento, parece, do sacrifício da ciência, embora eu não esteja totalmente convencido disso. Aquele, nunca se aprofundou na ciência, basta verificar sua produção científica, inexistente; tampouco pertence a algum grupo de pesquisa em Universidade ou sociedade acadêmica ou científica brasileira. Pelo contrário, ele teve sua formação em escola fundamentalista norte-americana e com pressupostos aí forjados é que lê a Escritura - não podia dar boa coisa; pra quem sabe olhar, é claro!
Dessa forma acho que considerá-lo um lado da moeda não faz justiça ao fundamentalismo letrado de Dawkins, este mereceria alguém de maior "calibre", muitos degraus acima. Falando sinceramente: no Brasil não vejo ninguém, o nosso fundamentalismo é por demais imbecil, à margem da academia. MacGrath não é fundamentalista, ainda que esteja sendo muito usado pelos fundamentalistas tropicais. T alvez deixar a moeda apenas com uma face fosse mais razoável, no momento.
De qualquer forma, teu blog é um excelente meio de esclarecimento nesses tempos de obscurantismo.
Parabéns e continue assim!
Com respeito,
Prof.Dr Ronaldo Cavalcante
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRayssa, sua participação neste espaço é bastante interessante. Logo quando pensei em criar este blog, queria fazer uma ponte de diálogo entre cristãos das mais diferentes confissões, não cristãos, pessoas sem religião e, até mesmo, atéias, como é seu caso. Parabéns. Gostaria, sempre quando for de seu interesse, é claro, de contar com seus comentários. Agora, sobre o conceito de Meme. É uma idéia interessante, mas na hora que ele usa este conceito para tentar explicar a evolução cultural vc não o acha bastante falho ? Um exemplo : quando Dawkins afirma que os memes seriam uma espécie de gene no tocante a comportamentos culturais, sendo os principais responsáveis pelo desenvolvimento sócio-cultural, ele não está cometendo um pecado histórico ? Afinal, uma mutação compreende algo inteiramente novo, biologicamente falando. Agora, na longa história da espécie humana neste planeta, vemos que boa parte das mudanças sociais são inspiradas por fatos já ocorridos.
ResponderExcluirProfessor Ronaldo;
Uma honra tê-lo entre um dos meus leitores. Obrigado pelo prestígio.Dito isto, alguns comentários a respeito do que o senhor escreveu.
Obviamente, tenho ciência da enorme distância existente entre Richard Dawkins e Adauto Lourenço como cientistas. Dawkins é um acadêmico de primeira linha. Inclusive, deixei esta idéia clara no " PS " ao final do texto. No entanto, ainda considero a postura de ambos absolutamente dogmática, no pior sentido da palavra . Por isso, os considero como " duas faces da mesma moeda". No caso, a mesma moeda da intolerância, do radicalismo. No tocante ao papel como acadêmico e cientista, não dá para existir comparação......Dawkins é muito, mas muito superior...
Sobre o uso que alguns fundamentalistas estão fazendo de MacGrath. Como o senhor bem afirmou, o mesmo não é fundamentalista, muito pelo contrário, está longe disto.
Acho engraçado, alguns fundamentalistas dizem que amam MacGrath, mas na hora que comento que o mesmo é um evolucionista convicto, mudam de assunto. Boa parte de seus livros no Brasil foram publicados por editoras evangélicas conservadoras ( tirando três pela Paulus), mas, mesmo nestes livros, não vejo traços de conservadorismo. Posso usar como exemplo o excelente livro " O Deus de Dawkins- Genes, Memes e o sentido da Vida", onde ele rebate os argumentos de Dawkins com uma linguagem não dogmática. Bastante interessante é a leitura que ele faz de Darwin e tb a forma como boa parte dos cristãos receberam a teoria da evolução. MacGrath nos mostra que muitos cristãos, inclusives conservadores, receberam a teoria darwiniana de forma positiva
com relação aos memes, andre. eu super não posso te falar nada pq ainda não li O Gene egoista ou qualquer outra coisa q me informe mais sobre.
ResponderExcluircom relação a uma mutação eu realmente não acho que compreenda algo completamente novo, biologicamente falando. as mutações são comuns e sempre ocorrem (as pequenas, as micro). as grandes, são mais raras e dificilmente tendem a favorecer o individuo portador. dawkins explica isso muito detalhadamente em O Relojoeiro Cego.
agora, com relação às mudanças sociais (campo no qual eu me sinto um pouco mais a vonts) eu tendo a pensar que se não são geradas por forças completamente novas tampouco por "fatos ja ocorridos".
acho que as mudanças sociais ocorrem quando o presente é construido a partir de um conjunto de interpretações do passado visando um futuro. sendo ambas as instancias temporais elaboradas e inter-influenciadas.
por isso , mesmo sem saber bem dos memes, eu não penso que seja um explicação legal ,entende?
ah, só vou te seguir se vc prometer me mandar essa imagem de jesus e da mocinha. achei linda. :)
ResponderExcluirPassei pela mesma experiência que você, mas foi um pouco diferente.
ResponderExcluirHá uns seis anos atras, O seu Adauto queria provar para o auditório lotado na PIB em Curitiba, que era possível ser cientista e cristão, então citou, entre outros de renome, o cientista alemão Von Braun. Pois bem, este é um belo exemplo de cientista, cristão e Nazista... membro do partido nazista desde 1940, foi lançando os seus V2 sobre a Inglaterra a mando de Hitler, que sua genialidade começa a aflorar, matando e ferindo a muita gente obviamente.
Depois da guerra foi cooptado pelo norte americanos. A julgar por sua genialidade, e por ter se entregado aos vencedores do conflito (segundo a história oficial, vários bons cientistas nazistas fizeram o mesmo, se ele fosse apenas bolsista do CNPQ, não sei se seria igual) passou ileso de seu passado. A partir disso, serviu ao Tio Sam trabalhando na nasa.
Pois bem, via bilhete, citei o histórico de Von Braun e perguntei ao Adauto sobre como se daria a ética de um cientista cristão, na possibilidade de usar seus conhecimentos para ganhar dinheiro dos que pagam melhor em detrimento de fazer algo que pudesse ser útil para a humanidade.
Então ele me respondeu a partir da piadinha liberal que diz: " não espere da benevolência do padeiro para saciar a sua fome" "se você acredita nisso pode tirar o seu cavalinho da chuva...."
em que todo o auditório caiu em gargalhadas, pensei comigo "pordoa-lhes Senhor, pois não sabem do que riem".
Fiz outra pergunta em um dos bilhetes que nos eram oferecidos para este fim, "quais os efeitos da chuva ácida sobre um cavalinho?" mas que infelizmente foi excluída pelo anedótico palestrante da noite.
O difícil mesmo foi notar a falta do mínimo de criticidade que envolvia o evento. Como se os conhecimentos "científicos" sobre evolução automaticamente lhe conferisse gabarito teórico para falar de história, sociologia, teologia, culinária, futebol, peteca, ou sobre qualquer outra coisa que mortais um dia ousarem a realizar.
Muito bom André, obrigado por sua clarividência e compromisso com um cristianismo arejado e crítico, autocrítico de preferência.
ResponderExcluirHá mais de um tipo de dogmatismo e também níveis distintos André. Foi nesse sentido que explorei a metáfora da moeda que vc. utilizou. Os detalhes sobre MacGrath são igualmente preciosos.
Bola pra frente!!!
Prof.Dr Ronaldo Cavalcante
Caro André. Perdoe minha ignorância e talvez até certa ingenuidade, mas gostaria de ler algo de sua pena a respeito da relação entre Bíblia e ciência. Mais especificamente, sobre o seu pensamento sobre a Bíblia. Outra coisa, vc já debateu idéias com o Adauto. Gostaria de saber se vc tem algo escrito sobre este debate.
ResponderExcluirPr Giovani (IPB Itanhandu)
Caro reverendo Giovani, boa tarde ! Seja bem vindo. A respeito de um artigo de minha autoria sobre este " problemático " assunto envolvendo a relação entre ciência e religião, pretendo escrevê-lo. Peço um pouco de paciência. Entranto, já escrevi sobre a teoria da evolução através de um prisma teísta. Este texto foi publicado na revista " Alvorada", da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil ( IPI ), denominação a qual sou membro. Vou postá-lo aqui.
ResponderExcluirFinalizando, o irmão pergunta sobe minha idéia a respeito da Bíblia. Abaixo estou copiando o endereço do site Amálgama onde escrevi a respeito.
Não debati nada com o Adauto. Não seria louco, pois mesmo sabendo que os argumentos científicos dele são fracos, ele tem uma oratória infinitamente superior a minha....sou mediano em oratória..rs
Forte abraço e, pode postar quando quiser, concordando ou não.
Paz de Cristo
http://www.amalgama.blog.br/03/2010/a-autoridade-da-biblia-na-tradicao-protestante/#more-1739
Antigamente as igrejas que eu frequentava colocavam uns vasos de cerâmica bem grandes na entrada, para que as pessoas colocassem seus guarda-chuvas (nas noites chuvosas, claro).
ResponderExcluirDepois de um tempo percebí que não eram apenas os guarda-chuvas que ficavam alí, mas os cérebros também!
E não apenas nas noites chuvosas!
Infelizmente nosso povo desliga o
"desconfiômetro" toda vez que alguém sobe ao púlpito para anunciar a "Palavra de Deus" ou falar qualquer coisa relacionada à Bíblia.
Mas acho que vc está certo, André.
No quesito intolerância e generalização, Adauto e Dawkins estão no mesmo nível.
Inclusive no resultado final a ser alcançado.
Dawkins é propagandista declarado do ateísmo.
Adauto o faz de forma indireta.
Mesmo sabendo que ele não quer (conscientemente) criar ateus, o que ele faz acaba sendo algo próximo disto.
O cristianismo ignorante e obscurantista que Adauto Lourenço prega tem a séria potencialidade de fazer com que quem dele se liberta se torne ateu ou pelo menos agnóstico.
Se ter fé é necessariamente sacrificar o intelecto, qualquer pessoa inteligente e que não conheça muito de religião acaba, logicamente, abrindo mão desta em prol daquela.
Ele é tão burro que está dando tiros pela culatra e nem sequer percebe.
Ou não?
PELO JEITO QUE VC FALA E CRITICA, ACHO QUE VC VEIO DO ACASO MESMO, QUEM TE CRIOU O ACHOU NUMA POÇA DE LAMA!
ResponderExcluirÓtimo texto, é uma opinião que tenho a um tempo. De um lado, criacionistas com pseudo-ciência, de outro, neoateístas com pseudo-filosofia.
ResponderExcluirMas as semelhanças entre ambos não param. Em vários escritos e palestras, Dawkins cola o que há de pior na religiosidade humana na testa de todos os crentes. Para ele, todo crente é um potencial alienado, ignorante, um perigo para a nossa super civilizada e pacífica sociedade secular. Uma pessoa verdadeiramente inteligente jamais poderá ter fé, pois a mesma é um vírus maligno responsável por todos os males. Assim, um individuo com o mínimo de massa encefálica que professa qualquer crença religiosa é grande hipócrita e mentiroso.
ResponderExcluirIsso me parece um pouco com o que SIR Adolf Hitler dizia sobre os judeus
Vejam meus caros, o liame que devia ser considerado, amedronta tanto cristãos quanto ateus. Carregar consigo a veracidade concreta e inquestionável da religião seria, no mínimo, um tapa na face de qualquer ateu. Da mesma forma se procede o pensamento estagnado de um cristão praticante, na medida que ela expurga de seu raciocínio e expõe por meio do diálogo, fundamentos meramente cristãos e livres de qualquer lei científica. O desenrolar social - e lembrando que este é o único transformador da humanidade, retirando o obsoleto e incluindo o inovador - direciona o que será melhor acolhido para o bem da evolução. Neste escopo, o que sobressai é a ciência e tecnologia. Adauto Lourenço é eloquente, mas erra ao utilizar a ciência para provar as verdades de Deus, embora copiosamente, aponte a própria ciência - seu trunfo de convencimento - como um equívoco. Nota-se que, a estratégia elucidativa de Aduato, encontra incongruências muito visíveis aos que gozam, mesmo que pouco, de certa razão. Explicar esdruxulamente sobre questões genéticas, astrológicas, enfim, convence qualquer leigo. Difícil para ele seria expor seus argumentos, no intuito de convencer uma plateia de estudantes de biomedicina, física quantica, por exemplo. Mas isso, ele não buscaria nem mesmo tentar, pois o público que torna-o um mestre, possivelmente não reproduz, nem mesmo cinquenta por cento de suas ideias.
ResponderExcluirPor fim, concluo que, Adauto apenas tem um bom e bem sucedido argumento e estratégia elucidativa aos carentes de razão, aqueles que embasam-se unicamente de sentimentalismo. Sou apenas um cristão que, diariamente, utilizo-me das descobertas cientificas, e não minto pra meu interior dizendo que elas são petulâncias humanas. Há sim criacionismo, mas um criacionismo humano, Deus é uma prova disso. Todavia, a religião tem seu papel de importância e cultivo de valores e, apenas isso. Todavia, não devemos desconsiderá-la de forma alguma.
a comparação e ridicula, lourenço sempre deixou claro que o pensamento de criação e racional, ja que o criador seria deus e um ato de fé.
ResponderExcluire o DI defendido por adauto e neutro , apenas defende a criação mas não diz por quem. deixa a ser pessoal.
Vamos falar serio... Voce perdeu suas convicções e a culpa é. Do cara???
ResponderExcluirDesculpa.. Joga essa materia no lixo e vai fazer alguma coisa mais util do que questionar alguém que tem mais certeza que você.