sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Metodistas criticam ação da PM no Rio de Janeiro


UMA CARTA DE ORIENTAÇÃO E REPÚDIO DA JUVENTUDE DA PASTORAL DE COMBATE AO RACISMO DA 1° REGIÃO ECLESIÁSTICA DA IGREJA METODISTA DO BRASIL - SOBRE AS POLÍTICAS DE MORTE DO GOVERNADOR SERGIO CABRAL .


Prezados Revdssimos, Revds,Revdssimas, Revdas, Leigos/as, Irmãos e Irmãs em Cristo;


A Juventude da Pastoral de Combate ao Racismo vem se manifestar, contra o projeto de Morte do Governo Sergio . Acreditamos que diferente da onda que a REDE GLOBO , A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA do GOVERNO ESTADUAL-RJ, tenta fazer a população acreditar, onde o bem (Secretaria de Segurança Pública) e o Mal (traficantes) estão duelando em nosso estado, as coisas não acontecem dessa forma.


O que está por trás desses conflitos urbanos é uma reconfiguração da geopolítica do crime na cidade. Isso já vem se dando há algum tempo e culminou na situação que estamos vivendo atualmente. Não está em jogo a destruição da estrutura do crime, ela está se rearranjando apenas. O bem é a segurança pública e a polícia do Rio de Janeiro , e o mal são os traficantes que estão sendo combatidos. Na verdade, isso é uma falácia. Não existe essa realidade. O que existe é essa reorganização da estrutura do crime.


A realidade do RJ exige hoje uma análise muito profunda e complexa e não essa espetacularização midiática, que tem um objetivo: escorraçar um segmento do crime organizado e favorecer a constelação de outra composição hegemônica do crime no RJ.


O mais drástico é que quem vai morrer nesse confronto é a população civil e inocente, que não tem acesso à comunicação, saúde, luz… Há todo um drama social que essa população vai ser submetida de forma injusta, arbitrária, ignorante, estúpida, meramente voltada aos interesses midiáticos, de venda de imagens e para os interesses de um projeto de política de segurança pública que ressalta a execução sumária. No Rio de Janeiro a execução sumária foi elevada à categoria de política pública pelo atual governo.


É uma política midiática de visibilidade de segurança no Rio de Janeiro e Brasil. A presidente eleita quase transformou as UPPs na política de segurança pública do país e quer reproduzir as UPPs em todo o Brasil. A UPP é uma grande farsa. Nas favelas ocupadas pelas UPPs podem ser encontrados ex-traficantes que continuam operando, mas com menos intensidade. A desigualdade social permanece, assim como o não acesso à saúde, educação, propriedade da terra, transporte. A polícia está lá para garantir o não tiroteio, mas isso não garante a não existência de crimes. Ao nosso ver, até agora, as UPPs são apenas formas de fachada de uma política de segurança e econômica de grupos de capitais dominantes na cidade para estabelecer um novo projeto e reconfiguração dessa estrutura.


Por isso acreditamos no poder restaurador da Igreja de Cristo, chamada nesse século e nesses dias para fazer a diferença, operar no meio do povo oprimido a transformação social, espiritual, econômica, política e cultural de um povo que está sofrendo e esse povo é negro e pobre, estamos vivendo esses dias terríveis, e a juventude da Pastoral de Combate ao Racismo da 1ª Região Eclesiástica manifesta atráves dessa carta sentimentos de compaixão, estaremos em oração pelo nosso povo, mas é certo que estaremos em ação, antes de tudo buscando a libertação do nosso povo, pois acreditamos que fomos chamados para uma missão em nossos dias, assim como Moisés e outros foram chamados naqueles dias para cumprir a missão de Deus nessa terra.

Na resistência a tod@s!


Um Afroabraço!!


Dayse Gomis e Cyro Garcia


Juventude da Pastoral de Combate ao Racismo


Igreja Metodista - 1ª Região Eclesiástica




Nenhum comentário:

Postar um comentário