terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Deus é mito



Estou publicando um pequeno fragmento de autoria do Rev. Domício Pereira de Mattos, mestre em teologia pelo Union Theological Seminary. Foi professor, por muitos anos, no Departamento de Ciências das Religiões da Universidade Federal de Juiz de Fora - MG e pastor da Igreja Presbiteriana da Praia de Botafogo, Rio de Janeiro- RJ.

Grande pastor, pensador e teólogo, Domício foi responsável pela reedição da famosa “Imprensa Evangélica", primeiro jornal protestante brasileiro, fundado em 1864 pelo missionário estadunidense Ashbel Green Simonton, pioneiro do presbiterianismo brasileiro.

Ainda como jornalista, o Rev. Domício esteve na direção do “Brasil Presbiteriano", até hoje órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB). Durante sua atuação como editor neste periódico, a linha editorial sofreu uma profunda modificação, concedendo espaço para uma análise progressista dos problemas sociais brasileiros, assim como passou a dialogar com diferentes linhas teológicas. Obviamente, tal orientação seria perseguida pelos fundamentalistas presentes na cúpula da IPB. Como resultado, Domício foi destituído de seu cargo.

Alguns anos depois, desligou-se da IPB, sendo um dos organizadores da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPU). Faleceu recentemente.

Honra a quem Honra!

Por André Tadeu de Oliveira

Vamos ao pequeno texto:

“Mito significa uma verdade séria, profunda, inacessível, irretorquível, mas inexplicável. Extrapola a minha razão, mas é verdade. Deus é o maior de todos os mitos. Quem pode explicar sua existência? Quem pode negá-la? É tão difícil ser crente, como é difícil ser ateu”.

Domício Pereira de Mattos


10 comentários:

  1. OLá André!

    Realmente.

    Quem pode explicar a existência ou inexistência de Deus? na verdade ninguém consegue, por mais que tente.

    O que nos faz crer em Deus é a fé que alimentamos. A fé que Jesus Cristo morreu por nós, e entregou a sua vida para mostrar através da ressuição que o amor vence o ódio...e que nada vence a morte.

    Tirando a fé, sobra a razão. A razão nos leva a crer na não-existência de um deus que não vemos.

    Entre razões e emoções, prefiro ficar com a emoção, que para mim está de bom tamanho, já que não conseguirei nunca em toda a minha vida obter fatos suficientes e convictos que comprovem a não-existência deste Deus maravilhoso.

    Beijos..........

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  2. Ops! Ressurreição* e não Ressuição*

    Hehehee...estou comendo letras!! Rss..

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  3. Paula, tudo bem?

    Concordo parcialmente contigo. Obviamente, o âmago de qualquer experiência religiosa encontra-se no sentimento, na experiência de cada crente.

    Fé alguma pode ser provada racionalmente! No entanto, não encaro o uso da razão como um caminho para uma posição de descrença em Deus. Adoro Kierkegaard, filósofo e teólogo existencialista cristão, mas não partilho da opinião de que a fé seja um mero “salto no escuro". A razão concede argumentos para ambos os lados, crença e descrença, cabendo ao ser humano, de forma livre, escolher o melhor para si.

    Eu, particularmente sou seguidor da máxima: “Crer para compreender". Primeiramente, eu acredito, depois, procuro compreender o que creio. Caso não ache embasamento, não tenho receio em reformular minhas crenças. Só fundamentalistas não mudam.

    Abraços

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  4. andré, você não acha que se os religiosos pensassem racionalmente naquilo que creem eles deixariam de crer? quem pode realmente achar que uma serpente falante foi a causa da perda do paraíso senão de forma simbólica? (fico só nesse exemplo).

    tem uma famoso apóstolo aqui no rio que costuma dizer que se a bíblia dissesse que tinha sido jonas que engoliu a baleia ele acreditaria.

    isso não é fé, é burrice.

    enfim, esse conciliação entre fé e razão é mesmo difícil e nem todos podem dizer o que você diz:"Só fundamentalistas não mudam."

    eu tenho um profundo sentimento religioso que me leva a transcender o que é imediato e ordinário mas sei que todas as crenças de todas as religiões, inclusive a cristã, não passam de formulações e representações e não a realidade tangível.

    abraços

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  5. Amigo Edu,

    Realmente evitar a razão e pensar que o mundo pode ser cheio de fadinhas coloridas, é o mesmo que assinar o termo de burrice, idiota ou querer ser tolo a vida toda.

    O pensamento racional segue-nos como guia. Não de instruções, mas de alerta.

    É através da racionalidade que não aceitamos as tantas manipulações existentes nas igrejas modernas!

    É através da racionalidade que podemos questionar, filosofar...enfim, saber onde podemos encaixar os nossos pensamentos.

    Enfim, a realidade em si é bem diferente da realidade que vivemos, pois achamos que sabemos e entendemos algo, quando na verdade não sabemos e não entendemos nada.

    E ficamos entre razão e fé. Só que ambas precisam ser equilibradas (coisa difícil), mas quando uma pesa mais que a outra, sabemos muito bem o que se pode gerar.

    Beijinhos ...

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  6. André,

    Tudo bem!

    "Fé alguma pode ser provada racionalmente".

    Concordo e até diria que é impossível de se provar a fé. Fé é sentimento, e não crença.

    Beijos.

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  7. Eduardo, tudo bem ?

    Bem, não acho que se os religiosos pensassem racionalmente eles deixariam de crer. Basta apenas ler a Bíblia de acordo com o gênero literário de cada tema, de cada livro.

    Interpretar determinadas coisas como simples mitos, que desejam passar uma verdade de forma simbólica.

    Só isso...

    Abraços

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  8. Reverendo Domício... tive o prazer de ouví-lo na Igreja da praia uns três anos atrás.
    Se não me engano, ele já tinha 91 anos!
    Mas que lucidez e capacidade invejável de tornar afé cristã relevante para a sociedade do século XXI!
    Esse homem, do alto de seus noventa epoucos anos de idade, conseguia ser mais aberto, humano elúcido (tanto nas faculdades mentais quanto no real sentido de ser um teólogo e ministro cristão) que a esmagadora maioria dos pastores e padres que temos visto por aí!
    Mais um dos relativamente poucos nomes dignos de serem lembrados no "santoral" evangélico nacional!!

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  9. Juan, foi um enorme prazer produzir esta pequena homenagem para este grande vulto protestante brasileiro !

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  10. Olá André. Não conheci o Rev. Domício, mas li de autoria dele uma biografia de Haroldo Cook, outro grande vulto do protestantismo brasileiro apesar de sua origem britânica). Quando li a reflexão do Rev. Domício lembrei de "Introdução ao Cristianismo", de autoria do atual Papa Bento XVI, do tempo que ele era apenas Josef Ratzinger... no começo do livro ele fala sobre as incertezas que hora ou outra assaltam o mais convicto dos crentes e o mais inflexível dos ateus... Ainda bem que a dúvida faz parte da fé... Grande abraço, Carlos Caldas

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